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Diego Forlán foi abraçar seu companheiro em comemoração do gol que deu vitória para o Uruguai contra o México, por 1 a 0. Com a vitória, o Uruguai ... Foto: EFE

 

Uruguaios e mexicanos chegaram à terceira rodada dividindo a liderança da chave com quatro pontos. Como África do Sul e França, que jogaram no mesmo horário, somavam um cada, um simples empate classificava as seleções da América.

Mesmo assim, ninguém se contentou com o placar de 0 a 0 e já nos primeiros 20 minutos de partida pelo menos cinco boas chances de gol foram criadas. O motivo era bastante simples: uma vitória significava um emparceiramento mais fácil nas oitavas de final, fugindo da Argentina.

O empate mantinha o Uruguai na liderança devido ao saldo de gols, e a equipe tratou de ampliar essa vantagem aos 42min do primeiro tempo, ao fazer 1 a 0 com Suárez.

O resultado chegou a deixar nervoso o México, que na segunda etapa buscou a igualdade ao se lançar com três atacantes e apenas três zagueiros. Aos 26min, no entanto, a torcida pôde respirar tranquila no Estádio Royal Bafokeng, em Rustemburgo, comemorando o gol de Florent Malouda para França, que deixou o time verde bem mais perto da próxima fase.

Renascendo, o Uruguai, que encara a Coreia do Sul, chega às oitavas de uma Copa pela primeira vez desde 1990, após ser eliminado já na primeira fase em 2002. A seleção não vencia duas partidas seguidas em uma competição desse nível desde 1954 e não se classificava invicto desde 1966. Ainda quebrou um tabu e passou de forma inédita por uma fase de grupos sem levar gols.

O México reencontra os argentinos nas potavas de final. No Mundial de 2006, os argentinos levaram a melhor na abertura do mata-mata por 2 a 1, em êxito definido somente na prorrogação.

O jogo

Em alta após vitórias sobre África do Sul e França, Uruguai e México pouco mudaram o time para a terceira rodada do Grupo A. A primeira seleção, comandada por Óscar Tabárez, trocou apenas o zagueiro titular Diego Godín, com uma gastroenterite, por Mauricio Victorino.

Já Javier Aguirre foi obrigado a tirar o atacante Carlos Vela, lesionado na perna direita, para a entrada do meia Cuauhtémoc Blanco, e também o meio-campista Efraín Juarez. Suspenso com dois cartões amarelos, ele cedeu lugar para Andrés Guardado. Com o veterano na armação, a equipe abandonou o esquema com dois homens abertos pelos flancos do ataque.

Aos 5min, o primeiro chute da partida foi dado por Maxi Pereira, que cobrou falta da intermediária e isolou a bola por cima do gol. Na sequência, Rodríguez furou após lançamento longo e a bola sobrou para Suárez, que invadiu a área livre e chutou à esquerda do gol, perdendo a chance de marcar seu primeiro gol na Copa do Mundo.

A primeira chegada do México veio um minuto depois. Giovanni dos Santos fez sua característica jogada pelo lado direito do campo e cruzou. A bola não chegou até Blanco, que reclamou de pênalti, mas Diego Lugano não chegou a desequilibrar o veterano.

Aos 14min, os mexicanos ameaçaram novamente. Cérebro da equipe, Blanco dominou com liberdade e deu uma cavadinha para Guille Franco, que não teve domínio e viu a bola escapar até sair pela linha de fundo.

Aos 18min, um escanteio encontrou a cabeça do zagueiro Victorino. Embora livre, ele não cabeceou bem e mandou a bola por cima, longe das traves. Passados dois minutos, Álvaro Pereira recebeu um grande passe, invadindo a área pela esquerda e arrematando para fora; Forlán, que esperava o passe dentro da área, reclamou bastante com o companheiro.

A resposta mexicana veio a galope: no lance seguinte, Guardado acertou um grande chute de longe com a perna esquerda que parou apenas no travessão de Muslera; no rebote, um cruzamento na medida ainda parou no peito de Franco, mas o atacante demorou e viu Victorino afastar o perigo.

Sem condições físicas de manter o ritmo alucinante do início, os times diminuíram o ritmo na parte final do primeiro tempo. Nesse contexto, o único lance de destaque veio aos 34min, quando o volante Diego Pérez saiu com um grande sangramento no rosto - a ferida ocorreu após uma disputa de bola pelo alto com Guardado. Com uma touca, o uruguaio retornou ao gramado.

Mesmo assim, veio a abertura do placar. Aos 42min, Cavani foi acionado pela ponta direita após passe de Forlán. Próximo ao bico da grande área, o atleta do Palermo cruzou na medida para Suárez fazer um belo cabeceio para enfim desencantar, justificando por que foi o artilheiro do último Campeonato Holandês com 35 gols.

A jogada ratificou a boa a mudança do técnico Tabárez, que passou a escalar um Uruguai mais ofensivo, com o atacante Cavani, após o empate sem gols da estreia contra a França. Ao mesmo tempo, o lance pressionou os mexicanos, que foram ao vestiário sabendo que seriam eliminados em caso de mais dois gols da África do Sul, que naquele momento vencia os franceses por 2 a 0.

Na volta do intervalo, Aguirre voltou a escalar praticamente três atacantes com a substituição de Guardado por Pablo Barrera, que passou a atuar pelo flanco esquerdo.

Logo aos 5min, o goleiro Óscar Pérez impediu que os sul-africanos sonhassem ainda mais com a classificação ao defender forte cabeceio de Lugano após cobrança de escanteio. No rebote, Álvaro Pereira ainda foi bloqueado e desperdiçou a chance de confirmar seu país na ponta do Grupo A.

Aos 19min, veio a principal chance do México. Justificando sua entrada, Barrera fez boa jogada pela direita e cruzou na medida para Rodríguez; o zagueiro, porém, cabeceou rente à trave direita, perdoando o que poderia ser o primeiro gol sofrido por Néstor Muslera no Mundial.

Sete minutos depois, a torcida mexicana presente no estádio vibrou com o gol de Malouda, que praticamente selou a classificação dos comandados de Aguirre. Ainda assim, o México seguiu pressionando, porém não conseguiu vazar o ainda invicto goleiro Muslera. Como consequência, deve realmente enfrentar a Argentina nas oitavas de final, a não ser que uma grande surpresa ocorra nesta terça pelo Grupo B da Copa.

FICHA TÉCNICA

México 0 x 1 Uruguai

Gol
Uruguai: Suárez, aos 42min do primeiro tempo

Ponto Forte do México
Andrés Guardado: pela primeira vez como titular na Copa do Mundo, o meio-campista do Deportivo La Coruña foi o mexicano mais perigoso em campo, tendo até acertado o travessão rival. Mesmo assim, acabou substituído no intervalo.

Ponto Forte do Uruguai
O rápido trio ofensivo, que comandado por Diego Forlán armou vários contra-ataques, inclusive o que resultou no gol da vitória.

Ponto Fraco do México
Cuauhtémoc Blanco, que ao contrário dos dois últimos jogos foi titular e não correspondeu às expectativas. Fora de forma, o veterano meia, 37 anos, mal criou jogadas e deixou o campo aos 17min do segundo tempo.

Ponto Fraco do Uruguai
Recuou demais na segunda etapa, cedendo o domínio da bola ao México. Apesar disso, manteve-se sem tomar na Copa da África do Sul.

Personagem do jogo
Javier Aguirre, técnico mexicano que mudou o sistema tático de três atacantes que vinha dando certo no Mundial e partiu para o desespero no segundo tempo. Ele ainda escalou Blanco equivocadamente no lugar do contundido Vela e mexeu mal, sacando Guardado no intervalo.

Esquema Tático do México
4-3-1-2
Pérez; Osorio, Moreno (Castro) e Francisco Rodríguez e Salcido; Torrado, Rafa Márquez e Guardado (Barrera); Blanco (Hernández); Franco e Giovani dos Santos. Técnico: Javier Aguirre

Esquema Tático do Uruguai
4-3-1-2
Muslera; Maxi Pereira, Lugano, Victorino e Fucile; Arévalo Rios, Diego Pérez e Álvaro Pereira (Scotti); Forlán; Cavani e Suárez (Álvaro Fernandez). Técnico: Óscar Tabárez

Cartões amarelos
México: Hernández e Castro
Uruguai: Fucile

Árbitro
Viktor Kassai (HUN)

Local
Royal Bafokeng, Rustemburgo

Fonte:www.terra.com.br


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