Coluna do Baleia


Ele voltou


22/07/2010 - Terça-Feira
Coluna do Baleia
 
BALEIA

Ele voltou

O mundo da velocidade viveu um final de semana concorrido. Várias
categorias realizaram etapas de seus campeonatos, o que implica na não
realização de uma etapa da F 1. Como a maioria das categorias não gosta de
rivalizar-se com a F1 na mídia, podemos ver boas disputas tanto nas duas
rodas quanto nas quatro rodas.

O evento de maior público foi o Mundial de Motos, que foi seguido da F
Inddy e do campeonato de Turismo da FIA o WTCC. Isso a nível mundial, pois
na terra do Tio Sam tudo é diferente. O público lá só tem olhos para a
Nascar, que é uma mania nacional e também um show de marketing. Tão
eficiente, que é imitado por todas as categorias mundiais. Para que fique
claro na parte financeira, ou seja, de como atrelar o público aos pilotos e
equipes e assim vender essa paixão, para se transformar em dinheiro.

E foi exatamente na Nascar, melhor dizendo na Nationwide, a segunda
categoria em importância, que aconteceu o fato de maior relevância do final
de semana. A corrida terminou sábado a noite para os brazucas, no oval de
Gateway Raceway. A vitória coube a Carl Edwards, um bom piloto, que
atravessa uma fase estranha, mas que defende uma das equipes que sempre tem carta branca na categoria a Rouch Racing, até nisso eles são mais
transparentes.

Depois de inúmeras bandeiras amarelas, o final da corrida foi
autorizado para duas voltas, e na última curva da última volta, Carl Edwards
devolveu um toque em Brab Keselowski, que o havia também tocado no início
dessa volta. Por lá esse tipo de manobra é aceitável, numa entrada de curva
ou até mesmo saída isso acontece até com freqüência.

Só que no caso dos dois, a história esta se tornando longa. Tudo
começou em Taladega, no ano passado. Naquela ocasião, Brad simplesmente
mandou Carlos Eduardo para as nuvens. Taladega é o circuito de maior
periculosidade do campeonato. Este ano, em Atlanta, Carl devolveu a batida
em tom de vingança, e a Nascar fechou os olhos para a situação. Mas o que
vimos no sábado foi inadmissível para o automobilismo. Carl Edwards tocou
Keselowski na curva da reta de chegada e a poucos da bandeirada, que é numa reta estreita em termos de oval americano.

Analisando friamente a manobra, está mais para tentativa de
assassinato do que para outra coisa. Nessa entrada de reta, os carros vêm a
pleno de acelerador e a largura é pouca. Depois de rodar, Koselowski ficou
refém de vários carros que vinham atrás, tentado ganhar uma posição na útima
hora. Por sorte, apenas dois carros acertaram o carro Brab. Pelo tamanho da
destruição, pudemos ver que Brad ainda estava num dia de muita sorte. Uma
vitoria em Taladega significa muito para um piloto da Nascar, mas não se
pode cobrar um preço desses.

Já no mundo das duas rodas, todos comemoravam a volta do grande ícone
da categoria, Valentino Rossi, um ser referenciado e batizado como o maior
dos tempos atuais. O autódromo de Sachsenring contava com lotação máxima e os níveis de audiência na TV foram os melhores, depois de seis semanas sem a presença da fera.

Para quem não sabe, em 05 de maio desse ano, Rossi caiu num treino e
sofreu fratura exposta na perna direita, coisa rara na categoria. A volta
era para ser em final de agosto. Mas demonstrando ser uma pessoa diferente,
até nisso sua recuperação foi apenas de seis semanas. Mesmo usando muletas e com aparatos específicos, macacão e botas, para suportar essa volta
prematura, esse piloto tem um carisma imenso e é idolatrado por várias
nações. Um raro exemplo de adoração no mundo esportivo atual.

Para corrida se classificou apenas em quinto e, como sempre, largou mal,
caindo para sexto. Chegou ao quarto posto quando a corrida foi interrompida
por um acidente que começou com D. Puniet e que envolveu outros dois
pilotos. D. Puniet sofreu a mesma fratura de Rossi, só que na perna
esquerda. Como já foi dito, isso é raro na categoria, mas aconteceu duas
vezes esse ano.

Na corrida final, Rossi, apesar das dificuldades físicas travou
um duelo emocionante com Stoner. Stoner não queria ser superado por alguém
de muletas, mas a verdade é que Stoner ainda não havia digerido a derrota de
Laguna Seca. Que foi uma das maiores disputas já vista na categoria, da
qual Rossi saiu vencedor apesar de jogar com todas as cartas. Aquela disputa
foi um épico, e Stoner não quis perder novamente. Apesar de ser inferior em
termos de equipamento, está fisicamente melhor, e a rivalidade tem tudo para
aumentar, pois Rossi deve ir para a equipe de Stoner, a Ducati, e Stoner
volta a andar de Honda, mas a oficial.

Na F Inddy não fomos felizes, Helinho fazia uma ótima prova, mas errou
feio e ainda tirou outro brasileiro da disputa por melhores posições, Vitor
Meira. Mais uma vez quem salvou a pátria foi o bom baiano Tony Kanaan, com
um quarto lugar. Will Power ganhou mais uma e é líder disparado da
categoria.

No WTCC a vitória da primeira prova foi de Yvan Muller com Chevrolet, na
segunda corrida o vencedor foi Andy Priaulx com BMW. O nosso representante, Augusto Farfus foi sexto na primeira e oitavo na segunda. Esta etapa foi a estréia de Caca Bueno na categoria. Que correu só na primeira corrida, seu carro pegou fogo e não foi reparado a tempo para a prova final.

Felicidades a todos!

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