O jogo foi marcado por pênaltis desperdiçados para os dois lados e polêmicas na cobrança dos espanhóis, quando a partida ainda estava com 0 a 0 no marcador. O tento espanhol foi mais uma vez marcado por David Villa, que se isolou na artilharia da Copa do Mundo com cinco gols.
Com a vitória, os espanhóis conseguem ficar no grupo dos quatro primeiros de um Mundial depois de 60 anos e, no mínimo, igualam sua melhor colocação na história, que foi uma quarta posição em 1950 (quando não houve semifinais, mas um quadrangular).
Os comandados de Vicente del Bosque têm agora pela frente a Alemanha, equipe que tem apresentado o futebol mais convincente no Mundial até então. A semifinal acontece na próxima quarta-feira, às 15h30 (de Brasília), em Durban.
O jogo
O técnico Gerardo Martino fez nada menos que seis alterações na equipe titular do Paraguai, mudando a formação do 4-3-3 para o 4-4-2 e trocando todo o ataque: no lugar de Benítez, Santa Cruz e Barrios, jogaram Valdez e Cardozo. Pelo lado espanhol, Del Bosque manteve o time que venceu Portugal nas oitavas.
A Espanha começou a partida de uma forma incomum: não conseguindo trocar passes. O Paraguai marcava por pressão no campo de ataque com até sete jogadores, dificultando a saída de bola do adversário. Logo no primeiro minuto, Santana escapou pelo meio e chutou da entrada da área, obrigando Casillas a cair para fazer a defesa.
Nos primeiros 15 minutos, os campeões europeus ficaram travados na marcação paraguaia e não articularam quase nenhuma jogada. Como resultado, nenhuma chance clara de gol foi criada por nenhum dos times. O primeiro lance mais perigoso veio só aos 25min, quando a pressão dos paraguaios já havia diminuído: Villa escapou pela esquerda e cruzou na boca do gol, mas Alcaraz afastou.
Aos poucos, a Espanha aproveitava o recuo da marcação paraguaia para impor seu jogo de posse de bola e troca de passes. Com 28min, Xavi recebeu na intermediária e arriscou de longe, mas errou o alvo. Sete minutos depois, foi Villa quem dominou na esquerda e bateu de fora da área, novamente para fora.
Bem na partida, o Paraguai balançou as redes aos 40min, mas o gol foi anulado. Valdez recebeu bola alçada na área, dominou e encheu o pé para marcar; a posição do atacante era legal, mas seu companheiro Cardozo, que estava impedido, havia saltado em direção à bola, participando da jogada no critério da arbitragem.
Os espanhóis tentavam entrar na área paraguaia com toques curtos, mas não pareciam estar em um dia inspirado, e erravam a maioria das tabelas. Em um contra-ataque pouco antes do intervalo, Valdez recebeu no mano a mano com Puyol e abriu para o pé direito, mas bateu muito mal e mandou longe da meta.
Fernando Torres, após outra atuação muito fraca, deixou o gramado aos 10min do segundo tempo para a entrada do meia Fàbregas. No minuto seguinte, Piqué puxou Cardozo dentro da área em lance de escanteio: pênalti. O próprio Cardozo foi para a cobrança, mas chutou fraco de pé esquerdo e Casillas segurou firme.
A Espanha respondeu no lance seguinte. Villa arrancou, entrou na área e caiu em disputa com Alcaraz. O árbitro guatemalteco Carlos Batres marcou pênalti duvidoso. Xabi Alonso bateu e balançou as redes, mas Batres mandou voltar, alegando invasão de Xavi na área. Na repetição da cobrança, Alonso bateu mal e o goleiro Villar espalmou, fazendo os paraguaios vibrarem muito. No rebote, Villar derrubou Fàbregas, mas o novo pênalti não foi marcado.
O jogo ficou quente depois da sequência de penalidades, e a Espanha criou as melhores chances. Aos 17min, Iniesta recebeu no bico da área e chutou colocado, mas Villar voou e fez boa defesa. Santana errou na saída de bola aos 29min e Xavi aproveitou para chutar de primeira, mas mandou para fora.
Mesmo longe de uma boa atuação, os espanhóis contaram com um momento brilhante de Iniesta para abrir o placar em um lance dramático. Aos 38min, o meia do Barcelona arrancou pelo meio em grande jogada individual e serviu Pedro na direita, que bateu na trave. No rebote, a bola voltou para Villa, cujo chute tocou nas duas traves antes de entrar.
O Paraguai se lançou ao ataque nos minutos finais e quase empatou. Barrios avançou pela direita e chutou, mas Casillas defendeu; no rebote, Santa Cruz bateu em cima do goleiro espanhol. Não foi o suficiente para tirar a favorita Espanha da semifinal.
FICHA TÉCNICA
Paraguai 0 x 1 Espanha
Gol
Espanha: Villa, aos 38min do 2º tempo
Ponto Forte do Paraguai
Marcação firme durante toda a partida, não deixando a Espanha se impor
Ponto Forte da Espanha
Movimentação constante de Villa e Iniesta, os dois melhores em campo
Ponto Fraco do Paraguai
Teve pouca inspiração na hora de articular jogadas de ataque
Ponto Fraco da Espanha
Erros de passe pouco característicos e falta de objetividade
Personagem do jogo
David Villa, que definiu a vitória e se isolou na artilharia do Mundial com cinco gols
Lances polêmicos
- Gol anulado de Valdez aos 40min do 1º tempo; Cardozo, que estava impedido, participou da jogada no critério da arbitragem, apesar de não ter tocado na bola
- Pênalti de Alcaraz em cima de David Villa; o zagueiro paraguaio não pareceu ter derrubado o atacante espanhol
- Fàbregas foi derrubado pelo goleiro Villar depois que o paraguaio defendeu o pênalti de Xabi Alonso, mas o árbitro nada marcou
Esquema Tático do Paraguai
4-4-2
Villar; Verón, Da Silva, Alcazar e Morel Rodríguez; Barreto (Vera), Víctor Cáceres (Barrios), Riveros e Santana; Valdez (Santa Cruz) e Cardozo. Técnico: Gerardo Martino
Esquema Tático da Espanha
4-2-3-1
Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol (Marchena) e Capdevila; Busquets e Xabi Alonso (Pedro); Iniesta, Xavi e David Villa; Fernando Torres (Fàbregas). Técnico: Vicente del Bosque
Cartões amarelos
Paraguai: Alcaraz, Víctor Cáceres, Morel Rodríguez e Santana
Espanha: Piqué e Busquets
Árbitro
Carlos Batres (GUA)
Local
Estádio Ellis Park, Johannesburgo
Fonte:www.terra.com.br