Futebol Profissional


Por gol fora, Inter elimina São Paulo de novo e vai ao Mundial


Jogadores do Inter comemoram com a torcida a passagem à final da Copa Libertadores, nesta quinta-feira, no Morumbi; time perdeu para o São Paulo, mas ... Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

 No Morumbi, Internacional comemorou sua terceira final de Libertadores e a classificação ao Mundial de Clubes
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

A final da Copa Libertadores terá as cores vermelhas do Internacional. Nesta quarta-feira, o clube gaúcho foi mais uma vez o carrasco do São Paulo na competição e, mesmo com uma derrota por 2 a 1, avançou até a decisão graças ao gol marcado no Morumbi por Alecsandro. Com isso, o clube colorado também assegurou sua participação no Mundial de Clubes em Adu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, no fim do ano.


O São Paulo teve bons momentos no jogo e até conseguiu uma vitória - insuficiente, porém, para mantê-lo na rota do tetracampeonato da Libertadores. Batido pelo Inter na final da edição de 2006, o clube paulista caiu diante de um brasileiro pela quinta vez consecutiva. Depois da decisão realizada há quatro anos, Grêmio, nas oitavas em 2007, Fluminense, nas quartas de 2008, e Cruzeiro, também nas quartas em 2009, encerraram o sonho de título continental dos tricolores.


Apesar da vitória, com gols de Alex Silva e Ricardo Oliveira, o São Paulo possivelmente terá mudanças nos próximos dias. Com o fim de seu contrato, Ricardo Gomes deve ser liberado pelo clube paulista, que provavelmente vai atrás de um novo treinador. Camisa 10 da equipe, Hernanes tem tudo certo para defender a Lazio, da Itália, e fez aquele que tem tudo para ser seu último jogo.


O Internacional, que havia vencido no Beira-Rio por 1 a 0, gol de Giuliano, jogará uma decisão da Libertadores pela terceira vez em sua história. A primeira foi em 1980 e teve derrota contra o Nacional, do Uruguai. A segunda, em 2006, com título diante do São Paulo e dobradinha com Mundial sobre o Barcelona, no Japão.


A decisão da Libertadores já começa na próxima quarta-feira, 11 de agosto, contra o Chivas Guadalajara, no México. A finalíssima acontece na semana seguinte no Beira-Rio.


Primeiro tempo: São Paulo na frente


Não foram excepcionais 45 minutos, mas o São Paulo teve o espírito que precisava para buscar uma virada no Morumbi. Marcou no campo de ataque, trocou muitos passes e se mostrou superior à equipe do Internacional, que fazia bem seu papel de visitante até uma falha do goleiro Renan pôr tudo a perder na primeira etapa.


Ricardo Gomes confirmou as expectativas e armou um São Paulo mais ofensivo: mesma linha defensiva utilizada há uma semana no Beira-Rio, mas Cléber Santana e Ricardo Oliveira nos lugares de Richarlyson, contundido, e de Marlos, sacado. A formação trouxe Fernandão mais para o meio-campo, mas a postura sempre adiantada fazia dele, na prática, um novo atacante. Celso Roth não teve problemas para montar o Internacional, mas promoveu a estreia de Tinga na Libertadores, sacando Andrezinho da equipe inicial.


Nos primeiros lances, ficava clara a intenção do São Paulo: trocar muitos passes e buscar espaços na defesa do Internacional. Em 10 minutos, o time da casa só levantou a torcida, vibrante apesar do frio, em tabela pelo meio, com Tinga impedindo Dagoberto de finalizar. Fernandão, na bola aérea, e Hernanes, chutando de longe, assustaram pouco.


A partida seguia na mesma toada, com o Internacional controlando bem e buscando um contra-ataque, com jogadas sempre partindo dos pés do meia Tinga, o melhor dos gaúchos no Morumbi. Aos 24min, ele se aproveitou de reposição errada de Rogério Ceni e causou calafrio ao finalizar com perigo. Quando a partida ficava morna de vez, apareceu o lance de sorte do São Paulo.


Hernanes cobrou falta despretenciosa, pelo alto, e Renan se atrapalhou ao tentar agarrar. Atento, Alex Silva escorou de cabeça, rente à trave, e colocou o São Paulo em vantagem. O gol são-paulino deixou o Inter um pouco nervoso, mas logo a equipe gaúcha se recuperou para tentar acuar o time da casa na defesa. Bem fechados, porém, os jogadores do clube tricolor concederam poucas chances.


Apenas em faltas próximas da área o torcedor do Inter conseguiu imaginar alguma situação de gol. D'Alessandro, porém, bateu longe, enquanto Alecsandro acertou a barreira. Com isso, as duas equipes foram para o intervalo com um placar que, até aquele momento, indicava disputa por pênaltis.


Segundo tempo: Inter arranca a vaga pelo gol fora de casa


A etapa final começou com enorme agitação e, já aos 6min, o Internacional eliminou a possibilidade de uma disputa por pênaltis. Taison foi derrubado na entrada da área. D'Alessandro chutou por baixo da barreira e Alecsandro, esperto, desviou bem, enganando Rogério Ceni que nada conseguiu fazer.


O gol colorado exigia do São Paulo dois gols para jogar a decisão da Libertadores e a resposta foi praticamente imediata. Ricardo Oliveira, atento, recolheu bola dentro da grande área, girou bonito e colocou na rede de Renan, aos 8min. A defesa do Inter pediu impedimento, mas o atacante são-paulino tinha condição legal graças ao lateral Nei.


Depois de Ricardo Oliveira marcar, o jogo ficou completamente aberto, com nenhuma das duas equipes pensando em uma postura defensiva. O São Paulo até assustou em cruzamento de Hernanes, bem cortado por Sandro, mas o Inter se lançou ao ataque com boas trocas de passes.


Na melhor delas, Sandro apareceu sozinho na linha de fundo e tocou bem para Tinga, que por pouco não calou o Morumbi. De surpresa, Fernandão apareceu quase em cima da linha fatal para fazer o corte. O São Paulo não se assustou e respondeu imediatamente. Eram 18min quando Hernanes fintou a marcação e, em jogada tradicional, bateu muito forte da entrada da área, mas por cima do gol de Renan.


Para os minutos finais, Ricardo Gomes enfim sacou o apagado Cléber Santana e lançou mão de Marlos. Foi o próprio que arriscou de fora e assustou Renan. Depois foi a vez de Hernanes entrar livre pela direita da grande área e cruzar com perigo, vendo a bola morrer na linha de fundo. Pouco depois, Tinga foi expulso ao cometer falta por trás em Junior Cesar e receber o segundo cartão amarelo.


No último lance da partida, o São Paulo teve um escanteio a seu favor e o capitão Rogério Ceni foi à área colorada para tentar o gol salvador. Porém, acabou atrapalhando o ataque do time ao cometer falta sobre o goleiro Renan. Na sequência, o apito final do paraguaio Carlos Amarilla acabou com qualquer chance de reação tricolor.


FICHA TÉCNICA


São Paulo 2 x 1 Internacional


Gols
São Paulo: Alex Silva, aos 30 min do 1º tempo, Ricardo Oliveira, aos 8min do 2º tempo
Internacional: Alecsandro, aos 6min do 2º tempo


Ponto Forte do São Paulo
Vibração em campo


Ponto Forte do Internacional
Muita técnica no meio-campo e jogadas pelos dois lados do ataque


Ponto Fraco do São Paulo
Pouca movimentação dos meio-campistas, especialmente Cléber Santana


Ponto Fraco do Internacional
Bobeiras fatais na defesa


Personagem do jogo
Hernanes, que fez sua provável despedida do São Paulo


Esquema Tático do São Paulo
4-3-3
Rogério Ceni; Jean, Alex Silva, Miranda e Junior Cesar; Rodrigo Souto; Hernanes e Cléber Santana (Marlos); Ricardo Oliveira, Fernandão e Dagoberto. Treinador: Ricardo Gomes


Esquema Tático do Internacional
4-2-3-1
Renan; Nei, Bolívar, Índio e Kléber; Sandro e Guiñazu; D'Alessandro (Giuliano), Tinga e Taison (Wilson Mathias); Alecsandro. Treinador: Celso Roth


Cartões amarelos
São Paulo: Fernandão
Internacional: Tinga, Kléber


Cartão vermelho
Internacional: Tinga


Árbitro
Carlos Amarilla (Paraguai)


Local
Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)


Fonte:www.terra.com.br



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