Futebol Profissional


Brasil perde a cabeça, o jogo e vê França ampliar tabu



Com o resultado, o Brasil vê seu tabu com os franceses aumentar. A Seleção não derrota a equipe europeia desde 1992. Contando com a partida desta quarta, são seis partidas sem vitória - entre elas, quatro derrotas e seis empates. Entre estes jogos estão o triunfo francês na final da Copa do Mundo de 1998 e a eliminação nas quartas de final do Mundial de 2006.

O Brasil também chega a segunda derrota consecutiva, fato que não ocorria desde junho de 2008 (reveses contra Venezuela e Paraguai). Na partida anterior, em 17 de novembro, a Seleção caiu para a Argentina pelo mesmo placar.

Já os franceses vieram a campo animados pelo retrospecto recente positivo. Esta foi a quinta vitória seguida da seleção europeia, entre elas o triunfo sobre a Inglaterra em novembro. Antes disso, a equipe havia perdido quatro jogos consecutivos.

Mano Menezes não contou com tradicionais titulares de sua equipe, como o volante Ramires, com problemas físicos, e o atacante Neymar, que disputa o Sul-Americano Sub-20 no Peru. Ainda assim, manteve o esquema que usou em outras partidas, um 4-2-3-1.

O setor criativo foi formado com Hernanes centralizado, Renato Augusto pela direita e Robinho pela esquerda. Durante a partida, os três se movimentaram bastante. O meio de campo contou também com o apoio de Daniel Alves e André Santos pelas alas, buscando servir o centroavante Alexandre Pato.

A defesa repetiu o quarteto que Mano mantém desde sua estreia pela Seleção. Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e André Santos formaram o setor que tomou o segundo gol da "era Mano". No gol, Júlio César retornou ao Brasil substituindo Victor em seu primeiro jogo desde a eliminação na Copa do Mundo para a Holanda.

O jogo

A França iniciou a partida impulsionada por sua torcida, que lotou o Stade de France. O público explodiu durante o hino nacional e quando o telão do estádio exibiu imagens da final da Copa do Mundo de 1998. Os times começaram o jogo cometendo erros similares em trocas de passe e lançamentos, facilitando o trabalho da defesa adversária.

O Brasil apostava em chutes de longe da área, sem grande perigo. Aos 2min, Daniel Alves arriscou de longe e Lloris defendeu em dois tempos. A resposta francesa veio seis minutos depois, em grande passe de Gourcuff que achou Benzema, mas o centroavante não conseguiu a finalização.

A Seleção exibiu problemas de entrosamento, errando passes e jogadas em excesso. Apostas para a partida, Hernanes e Renato Augusto não conseguiam se encontrar. Já Elias se mostrou à vontade atuando com Lucas na proteção à área, chegando com perigo ao ataque. O ritmo caiu depois do início do jogo, com o Brasil marcando a saída de bola francesa - que errava na ligação com o meio de campo.

Um jogo que seguia calmo ficou nervoso aos 39min. Após Benzema dar um "chapéu" em Lucas, Hernanes veio na marcação e acertou um pontapé no tórax do centroavante. O árbitro alemão Wolfgang Stark não teve dúvidas e expulsou o meio-campista brasileiro, que deixou o gramado sob vaias. A França aproveitou os últimos instantes do primeiro tempo para pressionar a Seleção, mas Júlio César impediu as tentativas de gol com eficiência.

Segundo tempo

A etapa complementar começou com um susto para o Brasil. Aos 2min, Malouda cruzou bola com precisão para Benzema, que recebeu sozinho na área. O centroavante dominou e arriscou o chute, mas Thiago Silva se jogou em frente à bola e evitou o gol francês. Contando com superioridade numérica, o time da casa passou a controlar o jogo, mantendo a Seleção em seu campo de defesa.

A pressão da França resultou em gol aos 8min. Ménez aproveitou espaço na defesa brasileira, caiu pela ponta direita e cruzou na medida para Benzema completar ao fundo das redes. Dois minutos depois, a seleção da casa só não ampliou por milagre de Júlio César. Novamente pela ponta direita, Sagna cruzou, Gourcuff ajeitou, Benzema cabeceou e o goleiro fez linda defesa.

Insatisfeito com sua equipe, Mano lançou Jadson em campo no lugar de Renato Augusto. Para a França, não fez diferença, já que seguiu controlando o jogo e pressionando o Brasil em sua saída de bola. A Seleção ao menos parou de dar espaços em sua lateral esquerda, com André Santos sendo mais cauteloso em seus avanços.

Mesmo precisando marcar, Mano tirou Robinho para promover a entrada de Sandro. O Brasil parou de dar espaços e conseguiu sua primeira chance real no segundo tempo aos 32min, em jogada de André Santos que passou em frente ao goleiro Lloris sem ninguém completar.

Isolado no ataque, Pato teve boa oportunidade aos 37min, quando tabelou com Elias, mas não conseguiu a finalização. Mano aproveitou os minutos finais para lançar Hulk e André. O atacante que atua pelo Porto por pouco não empatou o jogo aos 44min, quando foi lançado por Jadson, mas Lloris saiu bem do gol para evitar o tento.

França 1 x 0 Brasil

Gol

França:
Benzema, aos 8min do segundo tempo

França: Lloris; Sagna, Rami, Mexès e Abidal; Diarra e M'Villa (Diaby); Gourcuff (Cabaye), Ménez (Rémy) e Malouda; Benzema (Gameiro). Técnico: Laurent Blanc

Brasil: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e André Santos; Lucas e Elias (André); Renato Augusto (Jadson), Hernanes e Robinho (Sandro); Alexandre Pato (Hulk). Técnico: Mano Menezes

Cartões amarelos
França: Ménez
Brasil: Robinho

Cartões vermelhos
Brasil: Hernanes

Árbitro
Wolfgang Stark (ALE)

Público
79.712 pagantes

Local
Stade de France, em Saint-Denis (França)  

Foto: AFP 


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