Futebol Profissional


Santos espera reconquistar a América após 48 anos


Fernando Dantas

Fernando Dantas/Gazeta Press

A espera é longa: 48 anos. Sem vencer a Copa Libertadores da América desde 1963, ano do seu bicampeonato no torneio, o Santos espera dar fim ao longo jejum derrotando o Peñarol (Uruguai), no jogo desta quarta-feira, às 21h50 (horário de Brasília), no Pacaembu, na partida decisiva da competição.

O Peixe já falhou uma vez na tentativa de ganhar a sua terceira Libertadores, sendo derrotado pelo Boca Juniors (Argentina), em 2003. Naquela oportunidade, a dupla Diego e Robinho não conseguiu superar os argentinos. Desta vez, a esperança santista está depositada nos pés da dupla Paulo Henrique Ganso e Neymar.

Ganso lutou contra uma lesão muscular na coxa direita, que o afastou durante seis semanas dos gramados, para estar na decisão. Recuperado, o atual camisa 10 alvinegro espera ditar o ritmo do jogo no meio-campo de sua equipe. O meia vai tentar estar em campo durante os 90 minutos da final.

Já Neymar tem sido o ponto de desequilíbrio do Santos na Copa Libertadores. Astro do time e titular da seleção brasileira, a Joia foi bastante visada no duelo da última quarta, no Estádio Centenário de Montevidéu (Uruguai). Neymar sofreu faltas duras, foi advertido pelo árbitro paraguaio Carlos Amarilla com um cartão amarelo, por simulação, e reclamou do desempenho do juiz, revelando que temeu por sua expulsão.

Porém, Neymar não recebeu o cartão vermelho na capital uruguaia e agora se diz pronto para brilhar diante do Peñarol, na decisão da Libertadores. "Sonho em ganhar a Libertadores. Vamos jogar em casa e temos chances de vencer. Esperamos estar com a cabeça no lugar e fazer uma grande apresentação para, se Deus quiser, sairmos campeões", disse.

O meia Elano, que devido a uma contusão não teve a oportunidade de atuar na final de 2003, é outro que está confiante no título. Experiente, o meio-campista tem procurado orientar os seus companheiros para que não haja um excesso de ansiedade por conta da possibilidade de quebrar o tabu santista dentro da própria Copa Libertadores.

"A ansiedade existe, mas acredito que estamos sabendo trabalhá-la. O Santos não é campeão da Libertadores há muito tempo e sabemos que, se ganharmos, vamos ficar marcados na história do clube. Temos jogadores maduros e quando entrarmos no campo, essa ansiedade irá passar. Esperamos fazer do Pacaembu a nossa casa, mais uma vez. Queremos ter mais uma vitória lá e sair com o título", comentou.

Com relação ao time titular, o técnico Muricy Ramalho irá promover, além da volta de Paulo Henrique Ganso, o retorno do veterano Léo à lateral esquerda. Só que o ala direito Jonathan não se recuperou a tempo de uma lesão e, por conta disso, não joga a final. Danilo será o seu substituto na lateral direita, com Adriano sendo mantido na marcação ao meia Martinuccio, do Peñarol.

Do outro lado, os uruguaios chegam ao Brasil apostando no bom retrospecto surpreendendo seus adversários no mata-mata do torneio - eliminou Internacional, Universidad Católica (Chile) e Vélez Sarsfield (Argentina) antes de chegar à decisão - para erguer a taça da Copa Libertadores pela sexta vez em sua história.

"O Peñarol é finalista porque tem conseguido bons resultados fora de casa. Vamos tentar ganhar o título. É para isso que viemos", afirmou o técnico Diego Aguirre, que como jogador marcou o gol do último título do Peñarol na Libertadores, em 1987.

E para alcançar essa missão, o jovem treinador, de 45 anos, deve escalar a mesma formação do primeiro confronto, que terminou empatado em 0 a 0, na última quarta, em Montevidéu.

Os uruguaios chegaram a ter duas dúvidas para o duelo: o volante Aguiar e o centroavante Olivera. O primeiro está recuperado de uma inflamação no púbis e confirmado entre os titulares. O mesmo se aplica a Olivera, que preocupava mais o departamento médico do clube, com dores no ombro. Entretanto, o atacante foi liberado e estará em campo contra o Santos.

Confiante, Olivera espera ajudar os carboneros a ganhar o título, mesmo jogando fora de casa. "Eles vão vir para cima. O Santos vai tentar pressionar desde o começo e, se fizermos uma apresentação semelhante à do Uruguai, aproveitando os espaços que devem aparecer para os contra-ataques, temos boas possibilidades de ganhar", encerrou.

Caso a partida termine empatada durante o tempo normal, a decisão irá para a prorrogação, disputada em dois tempos de 15 minutos. Caso a igualdade persista, o campeão da Libertadores será definido através das cobranças de pênaltis.

FICHA TÉCNICA
SANTOS X PEÑAROL-URU

Local: Estádio Municipal do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 22 de junho de 2011, quarta-feira
Horário: 21h50 (horário de Brasília)
Árbitro: Sergio Pezzota (Argentina)
Assistentes: Ricardo Casas e Hernán Maidana (ambos da Argentina)

SANTOS: Rafael; Danilo, Edu Dracena, Durval e Léo; Adriano, Arouca, Elano e Paulo Henrique Ganso; Neymar e Zé Eduardo
Técnico: Muricy Ramalho

PEÑAROL-URU: Sosa; Alejandro González, Carlos Valdez, Guillermo Rodríguez e Darío Rodríguez; Corujo, Aguiar, Freitas e Mier; Martinuccio e Olivera
Técnico: Diego Aguirre

Fonte:
Do correspondente Rodrigo Martins Santos (SP)
Gazeta Esportiva


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