Futebol Profissional


Brasil resgata filosofia de Dunga para obter classificação contra o Equador


Os empates com Venezuela e Paraguai serviram para aproximar a seleção brasileira de Mano Menezes daquela que foi muito contestada sob o comando de Dunga. O atual técnico do Brasil já desabafou contra torcedores mais críticos, comandou treinamentos fechados à imprensa e ouviu cobranças de "comprometimento" entre os seus jogadores, alguns deles remanescentes da última Copa do Mundo. Por isso, apresentar um futebol vistoso deixou de ser prioridade contra o Equador, às 21h45 (de Brasília) desta quarta-feira, em Córdoba.
A maior preocupação do Brasil é ganhar e confirmar classificação à próxima fase da Copa América, independentemente do nível da atuação. A equipe de Mano Menezes inicia a última rodada do grupo B com 2 pontos ganhos, enquanto o Equador tem um a menos e é o lanterna. A Venezuela, que soma 4 e lidera de forma surpreendente, enfrentará o Paraguai às 19h15, em Salta, na tentativa de confirmar a primeira colocação.
"É simples: precisamos de uma vitória contra o Equador para avançar. Também não vimos o brilho que cobram do Brasil em outras seleções. Por enquanto, só temos individualidades. Mas estão todos empenhados. Se os jogadores não tivessem vontade, não estariam aqui", bradou Mano Menezes, que já se prepara até para um eventual fracasso de sua filosofia de trabalho. "No futebol, se ganha e se perde. Só um time será campeão da Copa América. Estamos em um estágio inicial de trabalho", defendeu.
Mano tem contado com o apoio de atletas experientes para acelerar a reformulação que pretende fazer no Brasil. Capitão com Dunga e novamente agora, o zagueiro Lúcio já deu uma bronca pública nos demais para exigir força de vontade. Os novatos entenderam o recado. "O Lúcio é o nosso capitão e sempre nos orienta. Sabemos que podemos apresentar um futebol melhor. Devemos corrigir os nosso erros", admitiu o meia Paulo Henrique Ganso, um dos preteridos no Mundial da África do Sul.
As orientações, no entanto, não foram o único meio encontrado por Mano Menezes para encaminhar o Brasil ao título da Copa América, já conquistado por seu antecessor. Após inovar com a entrada do meia Jadson no lugar do atacante Robinho diante dos paraguaios, o treinador fez novos testes em sua escalação. O lateral direito Maicon (titular com Dunga) foi avaliado na vaga de Daniel Alves, que cometeu falhas cruciais no último sábado.
"O Mano só confirmará o time titular pouco antes do jogo. Para nós, não muda muita coisa, já que qualquer um que entrar vai se dedicar. A obrigação da vitória é do Brasil", avisou Jadson, que marcou um dos gols do empate com o Paraguai. "As chances do Equador são piores do que as nossas, então eles virão com tudo para cima da gente. Precisamos estar preparados", acrescentou o meia do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia.
Os maus resultados também incomodaram o Equador. Luis Chiriboga, presidente da Federação Equatoriana de Futebol, chegou a dizer que a sua seleção joga "sem alma, sem vida e sem ideais". "Mas ainda temos uma oportunidade e vamos fazer o possível para aproveitá-la", prometeu o goleiro Marcelo Elizaga, antes de lamentar o desfalque do volante Antonio Valencia, do inglês Manchester United, que está lesionado.
FICHA TÉCNICA
BRASIL X EQUADOR
Local: Estádio Mario Alberto Kempes, em Córdoba (Argentina)
Data: 13 de julho de 2011, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Árbitro: Roberto Silvera (Uruguai)
Assistentes: Miguel Nievas (Uruguai) e Hernán Maidana (Argentina)
BRASIL: Júlio César; Maicon (Daniel Alves), Lúcio, Thiago Silva e André Santos; Lucas Leiva, Ramires e Paulo Henrique Ganso; Robinho (Jadson), Alexandre Pato e Neymar
Técnico: Mano Menezes
EQUADOR: Marcelo Elizaga; Gabriel Achillier, Frickson Erazo, Norberto Araujo e Walter Ayoví; Oswaldo Minda, Cristian Noboa, Segundo Castillo e Michael Arroyo; Christian Benítez e Felipe Caicedo
Técnico: Reinaldo Rueda
Helder Júnior, enviado especial Córdoba (Argentina)
Gazeta Esportiva

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