Futebol Profissional


Uruguai vence e confirma ressurreição com título da Copa América


Campeão, o Uruguai reafirma o grande momento do futebol de seu país, já que foi quarto lugar na Copa 2006 e vice-campeão da Copa Libertadores com o Peñarol; no Mundial Sub-17, a garotada foi vice-campeã  Foto: AP

O Uruguai recuperou definitivamente o seu posto entre as potências do futebol mundial. Neste domingo, no Estádio Monumental de Nuñez, a seleção celeste fez o que o Brasil não conseguiu: venceu facilmente a retranca armada pelo Paraguai, por 3 a 0 (com um gol de Luis Suárez e dois de Diego Forlán), e sagrou-se campeã da Copa América. 

Com a conquista, o Uruguai se ratifica como o país mais bem-sucedido na Copa América, com 15 títulos - o último troféu havia sido levantado em 1995. A Argentina tem 14, e o Brasil, oito. Já o Paraguai ficou com a segunda colocação em solo argentino com uma campanha curiosa: não venceu um jogo sequer, eliminando brasileiros e venezuelanos nos pênaltis.

A ressurreição do futebol uruguaio começou antes mesmo da Copa América. A seleção sul-americana foi a quarta colocada na Copa do Mundo do ano passado e teve o melhor jogador do torneio, Diego Forlán. Em 2011, comemorou o vice-campeonato do Mundial Sub-17 e a presença do Peñarol na final da Copa Libertadores da América, perdida para o Santos.

O jogo - A cordialidade entre uruguaios e paraguaios durou até o início da decisão da Copa América. Antes de a partida começar, as duas equipes se confraternizaram no gramado do Monumental de Nuñez e estenderam os cumprimentos a Joseph Blatter, presidente da Fifa, bastante vaiado pelo público presente.

Quando a bola rolou em Buenos Aires, o clima político desapareceu. Uruguaios e paraguaios, famosos pela dedicação exacerbada em campo, disputavam todas as jogadas com rispidez. Um dos mais exaltados era o zagueiro Diego Lugano, ex-São Paulo, que não se entendia com o atacante adversário Haedo Valdez. 

Em pouco tempo, portanto, um brasileiro passou a se destacar na final da Copa América. O árbitro Sálvio Spínola Fagundes Filho precisou distribuir broncas e cartões às seleções para tentar acalmar o confronto. Mas ele próprio foi motivo de discórdia aos dois minutos, ao mandar o jogo seguir depois de o paraguaio Ortigoza tocar a bola com a mão dentro da área.

Apesar da truculência, o Uruguai estava mais preocupado em jogar futebol. Ao contrário do adversário, que seguia o exemplo das rodadas anteriores e priorizava a marcação, o time dirigido por Oscar Tabárez pressionou desde os primeiros minutos de partida. Foi premiado com o gol aos 11, quando Suárez recebeu lançamento na área, limpou a marcação e bateu cruzado. A bola tocou na trave e entrou.

O Paraguai foi obrigado a se soltar um pouco mais após ficar em desvantagem no marcador. Sem organização tática para responder às investidas uruguaias, contudo, a seleção que eliminou o Brasil acabava facilmente contida pela violência celeste e ainda pecava pela falta de criatividade. O goleiro Muslera quase não trabalhava.

O Uruguai não abriu mão dos contra-ataques em meio à mudança de postura paraguaia. Dessa forma, voltou a incomodar Villar, até ampliar o placar aos 41 minutos. Arévalo desarmou o desatento Ortigoza e fez assistência para Diego Forlán, que chutou firme para as redes. O melhor jogador da última Copa do Mundo não fazia um gol por sua seleção desde aquele torneio.

No segundo tempo, o Paraguai teve que abrir mão definitivamente da estratégia defensiva. A final ficou mais equilibrada. Aos nove minutos, por exemplo, Valdez emendou de primeira após um lançamento de Ortigoza e não descontou por pouco. Muslera esticou os dedos para desviar a bola, que parou no travessão.

Reforçado com Hernán Perez, Estigarribia e o argentino naturalizado paraguaio Lucas Barrios, que substituíram Piris, Vera e Zeballos, o Paraguai se lançou ainda mais ao ataque no decorrer do segundo tempo. Gerardo Martino não se importava mais em expor a sua seleção aos contragolpes. 

Consistente na defesa, o Uruguai soube administrar o resultado parcial. Oscar Tabárez deu novo fôlego à marcação celeste com Eguren no lugar de Diego Pérez e ainda apostou em Cavani, na vaga de Álvaro Pereira, para definir a partida à base de velocidade. Deu resultado. Aos 44, Forlán arrancou e concluiu na saída de Villar para fechar o marcador: 3 a 0 para os melhores da América.

Gazeta Esportiva
Foto: EFE


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